26 janeiro 2007

Não sei se já vos disse

Mas AMO a minha nova tatuagem. :-D

Pronto. Era só para reiterar.

Paulo, Spider. Um mestre da arte corporal que ainda por cima gosta tanto das celtas como eu... :-)

Remember Batô

Aqueles que vivem in and around a área metropolitana do Porto (re)conhecem. É mítico. Não há ninguém, nascido nos 60s ou nos 70s, que não tenha por lá passado umas noites de saudável borracheira adolescente.

Nas últimas quintas-feiras de cada mês, o Batô volta ao que sempre foi. O convés de um barco, apinhado de gente que canta, salta e ri ao ritmo das luzes que piscam indiscriminadamente e ao som de Pixies, Violent Femmes, Heróis do Mar, U2, The Cure, Velvet Underground, Xutos & Pontapés, The Smiths, Joy Division, Guns N' Roses, Nirvana, Heroes del Silencio, Radiohead, The Clash, Talking Heads, New Order, The Police, Pearl Jam, The Smiths, Chemical Brothers, eu sei lá!... E, melhor dos melhores, não se vê ninguém com menos de 25 anos. Uma preciosidade!

Uma certeza tenho; se em Dublin a música não prestar, a gente canta! ;-)

Como era mesmo a música que ninguém se lembrava de quem era??

25 janeiro 2007

No escape

I dreamt of you last night. Nothing special, just a daily episode, as common and unnoticeable as a glass of wine over dinner. Time just isn't able to damage certain threads of empathy, in the same way that water cannot corrupt a stainless alloy.

Life goes by and we keep close. I choose not to wonder why.

TLNE ;-)

Nada contribui mais para a minha felicidade do que o salto qualitativo que a nossa amizade tem dado no último ano. Não concebo a vida sem vocês. São os dois vértices que formam a base deste triângulo que me equilibra. Como dizia a loira, irmãs de alma. Obrigada, E. e M. Por uma década inimaginável e por todas as que ainda nem sabemos conceber.

Taras e Manias

- Manter os CDs e os DVDs com as lombadas todas orientadas na mesma direcção para fácil leitura, mas nunca fazer o mesmo aos livros, porque os autores se poderiam ofender ou as ideias baralharem-se lá dentro;
- Mudar o volume do rádio do carro aos dois de cada vez, parando sempre nos números pares;
- Fazer slalom com as tampas de saneamento da estrada e insultar os condutores que me façam perder o jogo;
- Enfiar sempre a perna direita primeiro ao vestir os collants;
- Começar a escovar os dentes sempre pelos molares inferiores esquerdos;
- Trancar o carro sempre duas vezes. Consecutivas;
- Manter as pastas e os atalhos do desktop junto às margens laterais e superior do ecrã; no meio só podem ficar ficheiros de trabalhos pendentes; no fundo, nada, jamais, em tempo algum;
- Ouvir de quando em vez a playlist da Q100 do ano da graça de 2003 - Shakira, Timberlake, George Mayer, Usher - e, embora me canse ao fim dos primeiros 20 segundos de qualquer uma das músicas, ouvi-las a todas;
- Ensaiar cenários e discursos imaginários ao espelho quando estou muito, muito, muito contente, ou muito, muito, muito furiosa. Às vezes também danço em frente ao espelho e, inclusivamente, afasto mobília para ter espaço de manobra suficiente para o fazer;
- Tirar os quadros todos das paredes a cada três meses e voltar a pô-los todos no mesmo sítio porque não há a mínima hipótese de ficarem noutro local que não aquele que têm;
- Guardar todos os recibos e talões de visa e de multibanco durante meses a fio e, numa noite, deitá-los a todos no lixo sem sequer os rever;
- Organizar os medicamentos, primeiro, por tipos - pomadas com geles; antipiréticos com analgésicos e antigripais; tratamentos específicos com tratamentos esporádicos - e, depois, por data de validade.

Pronto. Loucuras saudáveis, aí tens.

23 janeiro 2007

Detalhes da vida

Enquanto ouço a porta bater atrás de mim, percebo a fatia de luz que se escapa da sala. De tal forma as rotinas se encaixam no nosso quotidiano, que a tua mera presença em casa, a esta hora inusitada, me surpreende e faz surgir a crença supersticiosa que herdei da minha mãe: aconteceu algo e não pode ser bom.
Empurro a porta até ao limite da sua resistência e vejo a tua nuca, no sítio de sempre, sobranceira ao extremo direito de um sofá que conquistaste à força de tácticas guerrilheiras, dignas de umas FARC risonhas e brincalhonas.
- Por favor não me digas que foste despedido? - sorrio.
Giras o pescoço nesse movimento altivo de queixo levantado que tanto me irritava e seduzia quando finalmente te abri as portas de minha casa e franzes o sobrolho numa tentativa inútil de emprestar seriedade a uma expressão eternamente zombeteira.
- Não fui despedido. Saí mais cedo porque descobriram no hospital que tenho uma doença incurável e apenas dois meses de vida, por isso achei que o escritório me podia dispensar umas quantas horas...
Tens a mania parva de brincar com as catástrofes da vida - como no dia em que te dedicaste a contar anedotas sobre judeus no velório do pai (judeu, claro) do teu melhor amigo - e eu tenho a mania ainda mais estúpida de me rir das tuas piadas quase insensíveis. Continuas a tentar vender-me a teoria fantasista de que o riso é a terapia mais eficaz para lidar com a dor e desprezas em absoluto a fortuna que gasto todos os meses em psicanálise com a fórmula única do "quando aprenderes a rir-te de ti própria, vais deixar de precisar de terapia para te perceberes". Aprendi a viver com esse teu sentido de um humor exagerado, tal como aprendi a viver com os teus livros arrumados na despensa da cozinha ou com esse péssimo hábito que tens de cantar Sinatra a plenos pulmões enquanto fazes compras no supermercado do bairro.
- E então que doença tão súbita foi essa que te encontraram? Cancro? Enfisema pulmonar? Parvoíce galopante?
- Nada disso. O relatório falava de paixonite aguda, mas eu acho que é só um ataque esporádico de luxúria selvagem.
A sobriedade intrínseca que me dediquei, tantos anos, a alimentar e a desenvolver costumava constrangir-se quando te saías com estas tiradas de um romantismo de gosto duvidoso, mas também a elas acabei por me adaptar, aceitando as tuas declarações espalhafatosas da mesma forma que tu acabaste por te habituar ao meu comedimento emocional. A partir de certo ponto da vida, as ilusões incorporam-se na realidade e percebemos que as diferenças de expressão não são a priori significado de sentimentos díspares. A aceitação real do outro, sem necessidade de o bolear às nossas idiossincrasias individuais, é a única forma de construir um amor sustentável. Ainda que o único lugar lógico para guardar os livros seja a estante do escritório...
- Eu devia saber que a única coisa que te arrancava mais cedo do escritório era a perspectiva de cama.
- Por acaso...
E fazes a mesma cara que te vi apenas uma vez em tantos anos, a cara que fizeste quando te coube na sorte seres tu a dizer-me que o meu pai tinha morrido. Desengancho-me do teu abraço, volto a pousar os pés descalços no tapete e assusto-me.
- Sim? O que foi? E não me digas que o carro foi assaltado por anões disfarçados de elefantes enquanto estiveste no apartamento da tua amante romena, que já não estou com vontade de brincar.
Ris-te de forma tão espontânea que sinto os músculos dos ombros a relaxarem involuntariamente.
- Sempre tens aprendido algumas coisas comigo, ó miss uptight! Nada tão drástico como essa tua versão Kusturica das nossas vidas. O escritório quer que eu vá para Singapura. É só isso.
- Singapura?
- Pois.
- Quando?
- Daqui a umas seis semanas. Quando começar o semestre.
- Mas eu achava que te tinhas candidatado a Paris...
- Eles acharam que os programas do campus de Singapura eram mais producentes.
- Eles?!
- São "eles?!" que vão pagar o curso, não são?
- E isso dá-lhes o direito de decidir a tua vida?
- A bem dizer... Quase que dá.
- Mês e meio?
- Podemos sempre passar a fazer férias em Bali...
- E eu o que é que faço? E como é com a casa, os carros?
- Singapura tem das economias em mais forte expansão do mundo, não me parece que tenhas problemas em arranjar o que fazer. A casa fecha-se e os carros vendem-se. Ou vende-se um e deixamos o outro ao meu irmão.
- Tens resposta para tudo?
- Nem uma. Mas acho que conseguimos fazer isto funcionar. Não é a primeira vez que temos que nos mudar para ficarmos juntos.
- Pois não, não é, mas desta vez não são 400 quilómetros. Estamos a falar da Ásia, por amor de deus!
- Não invoques o nome de alguém que não conheces pessoalmente em vão. A gente resolve isto sem ele.
- Não brinques, isto é sério.
- Por isso é que estou aqui. Sempre é uma razão melhor para ter saído mais cedo do que saber que vou morrer daqui a dois meses, não achas?
- Quando é que tens que decidir?
- Até segunda-feira. Tirei o resto da semana e vamos pensar bem nisto. Mas acho que não há muito por onde me negar, não achas?
São raras as vezes em que sinto receio dentro de ti. Habituei-me a assentar as minhas dúvidas nessa tua segurança tão decidida e quase infalível e intuir no teu tom de voz reduzido e na tua mirada menos directa a insegurança que tens quanto à minha reacção faz-me perceber a importância desta escolha. Não me passa, na mais pura honestidade, pela cabeça negar-me a acompanhar-te. Mas... Ásia?!...

16 janeiro 2007

Não há palavras que alcancem...






11 janeiro 2007

Vemo-nos para a semana...

Rapsódia temática de início de ano

As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na fogueira das paixões
Os corações pegam fogo e depois não há nada que os apague
se a combustão os persegue, as labaredas e as brasas são
O alimento, o veneno e o pão, o vinho seco, a recordação
Dos tempos idos de comunhão, sonhos vividos de conviver
As aparências enganam, aos que odeiam e aos que amam
Porque o amor e o ódio se irmanam na geleira das paixões
Os corações viram gelo e, depois, não há nada que os degele
Se a neve, cobrindo a pele, vai esfriando por dentro o ser
Não há mais forma de se aquecer, não há mais tempo de se esquentar
Não há mais nada pra se fazer, senão chorar sob o cobertor
As aparências enganam, aos que gelam e aos que inflamam
Porque o fogo e o gelo se irmanam no outono das paixões
Os corações cortam lenha e, depois, se preparam pra outro inverno
Mas o verão que os unira, ainda, vive e transpira ali
Nos corpos juntos na lareira, na reticente primavera
No insistente perfume de alguma coisa chamada amor.
(As Aparências Enganam, na voz de Elis Regina)

Basta de clamares inocência
Eu sei todo o mal que a mim você fez
Você desconhece consciência
Só deseja o mal a quem o bem te fez
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrempedida
Vê se chora
Quando você partiu
Disseste chora, não chorei
Caprochosamente fui esquecendo
Que te amei
Hoje me encontras tão alegre
e diferente
Jesus nao castiga o filho que está inocente
Basta não ajoelhes, vá embora
Se estás arrependida
Vê se chora
(Basta De Clamares Inocência, também na voz de Elis Regina)

10 janeiro 2007

Amarras

Gostava de ser louca. De poder cortar a rédea da socialização e sorrir à vida pelos olhos dos imberbes. De me deixar conduzir pelo instinto, indiferente às paredes que ruem no rescaldo dos meus passos. Ser a louca da casa que conta Montero, a que agarra tudo o que quer sem a menor intervenção neuronal, a que só entra no carro com um destino desejado, a que come apenas quando sente fome e aquela que beija sempre que lhe apetece. Gostava de sucumbir à loucura da simplicidade da besta.

Vou fazer colecção...

07 janeiro 2007

Si vis pax, para bellum

Na nossa teimosa obcessão pela ideia de um auto-centrado lívre-arbítrio, tendemos a não racionalizar os ensinamentos centenários que todos aqueles bem mais sábios que qualquer um de nós nos deixaram em herança como resultado das suas experiências de vida e consequentes conceptualizações sociais e individuais. Limitamo-nos a prosseguir uma existência, mais ou menos mesquinha, de debate intelectual sobre os nossos próprios medos, desejos e acções.

Foram inúmeros os filósofos que nos tentaram explicar que tudo o que conhecemos da realidade são meras interpretações, pobres leituras diminutas de um mundo que nos transcende em absoluto e que jamais conseguiremos abarcar na sua totalidade.

Inconscientes - pobres néscios, todos nós - da falibidade da vida, agarramo-nos a crenças, a pessoas, a convicções e a sentimentos que não poderão, nunca, passar de meras projecções da nossa própria fragilidade humana. Neste quadro de uma simplicidade impressionista buscamos representações surrealistas, que justifiquem as nossas acções, que nos espelhem como somos especiais e como temos o dever de ser bons e coerentes com a nossa suposta moral intrínseca.

Mas sobra-nos apenas o ponto final de um livro que nos custou litros de sangue a gravar para uma eternidade que, no leito de morte, percebemos nunca ter existido.

A justiça poética não passa de uma racionalização das coincidências que nos balsamizaram a alma ao longo da vida. Os feitos que atingimos não foram, afinal, mais do que meras erupções de sucesso que de pronto se desvaneceram em círculos concêntricos provindos do impacto de um grão de areia num oceano de homogeneizados. Somos iguais, todos; perdidos porém na nossa ânsia de diferença.

Não há absolutos. Não há garantias. Não há verdades. Não há mentiras. Não há bem. Não há mal. Há apenas o 'eu'. O que segue respirando e funcionando, numa cadeia ininterrupta de acções-reacções de efeitos imprevisíveis.

E, assim que percebemos que os desígnios poéticos ou divinos não passam de empirismos impossíveis de analisar, compreendemos que a sobrevivência é tudo o que nos resta.

Quem com ferros mata. Não perdoarei jamais que tenhas extinguido em mim a luz divina que me movia. Quem com ferros mata, às minhas mãos morrerá. Quando olhares em volta e vires apenas os cacos de uma vida que um dia julgaste garantida na sua felicidade, quero que saibas. Fui eu quem ta destruiu.

04 janeiro 2007

They were right

And that means I was wrong.
But, lost even though I am amongst the self inflicted pain, I still have no regrets and wouldn't change a single touch.
I wished for nothing more than you. In any given way.

Thought of the month

A insegurança é a mãe de todos os fracassos.

La ciudad del insomnio

Hemingway once said that "Nobody goes to bed in Madrid until they've killed the night". The thing is... Madrid's night is impossible to kill. You can weaken it. You can bend it, stretch it, go around it. But it just doesn't let you extinguish it.
NYE in Madrid was more than just a quick step in the clock's unstoppable way. It was the return to a certain kind of love and the discovery of a whole new year to live the unthinkable.
We won't always have Madrid. But I will always have the first night of this year to remember you by as 2007 goes on.

01 janeiro 2007

Año Nuevo...

...vida vieja.