Amarras
Gostava de ser louca. De poder cortar a rédea da socialização e sorrir à vida pelos olhos dos imberbes. De me deixar conduzir pelo instinto, indiferente às paredes que ruem no rescaldo dos meus passos. Ser a louca da casa que conta Montero, a que agarra tudo o que quer sem a menor intervenção neuronal, a que só entra no carro com um destino desejado, a que come apenas quando sente fome e aquela que beija sempre que lhe apetece. Gostava de sucumbir à loucura da simplicidade da besta.
6 Somethin' Else:
Sucumbir à loucura, nem que seja por uma vez, deve ser terapeutico e até deve funcionar muito melhor que toda a gama de anti-depressivos e quejandos que são lançados cá para fora. Mas para romper com as amarras precisamos de estar lúcidos, frios e determinados o suficiente para mandarmos as amarras e quem as segura às malvas. Porque quem tenta amarrar-nos é porque na verdade não quer mesmo saber de nós, o verdadeiro Nós, para nada, certo?
Beijo enorme e cheio de força para cortar essas amarras que não interessam a ninguém...
Correndo o risco de estar a fazer a apologia da lobotomia (diabo de rima!)... É que sabia tão bem às vezes!
E logo eu me me agarro que nem uma louca às pessoas, às suas vontades, aos meus dogmas, às minhas teimosias...
Mas chega uma altura em que é preciso romper as amarras e, por Darwin!, como tens razão, com frieza, lucidez e distanciamento.
Subir ao Farol da Foz, abrir os braços e gritar até à afonia. Com sorte, sem cair cá abaixo... :-D
Recebo agradecida esse beijo e a energia positiva que traz com ele. Na próxima manhã em que nos vejamos retribuo com o mais apertado dos abraços e a entrega de algo que, por escrito, nos une. :-)
as notas do jazz já nao sao totalmente azuis
nem negras
nem
saude
c.
(vou começar outra vez usando esta expressão que tanto gosto de usar com as pessoas que me são realmente queridas) minha querida, grita, grita, gritaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
e vive, e sente, e cheira, e sê louca!!!!!!! como só tu és.
beijo grande.
ah! aqui na figueira city tb há farol! :)
quando quiseres... :)
Não sucumbas à simplicidade da Besta.
Deixa isso para quem somente te faz desejar sucumbir.
Simplicidades à parte, penso que a Loucura não é um estado que se adquira. Como algumas doenças, já nasce connosco e não tem hora marcada nem data no calendário para surgir.
Pode piorar, mas já vem de Fábrica
:)
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E acredita que sei o que estou a dizer; um Louco nunca se julga Louco, mas sim os outros.
Que julguem.
Eu? Nunca me achei Louca :D
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Mil beijos para ti M.
(desamarra-te)
holeart,
O jazz tem andado distraído da minha vida ultimamente, de facto. Nem notas serão, já... Mas, aos poucos, retornarão. Um Davis primeiro, talvez um pouco de Coleman logo depois. Suavemente. Com melodia e ritmos quebrados, como sempre.
Obrigada.
carrie,
Há uns dias atrás mandei-me para a praia e foi o que fiz... Gritei que nem uma desalmada, só parei quando fiquei sem voz. Quando me virei para vir embora tinha tinha um casal de reformados parados no passadiço a olharem para mim como se fosse a dita da louca. Mas quando passei por eles, a senhora perguntou "Está bem? Precisa de ajuda?". :-)
Enquanto houver pessoas no mundo, temos que estar bem. Só podemos estar bem. :-)
Vou-te visitar à Figueira um destes dias. Conhecer a tua linda. Pôr estes quatro anos em dia e relembrar velhas intrigas de redacção...
Beijo grande.
a,
Não há simplicidade no universo para nós, mulher!
Acho que partilho do teu estado. Loucura sem alienação. Um berro ocasional na cara da vida, um pôr-a-língua-de-fora no focinho do destino. :-)
Quero-me amarrar. Mas a mim mesma, porra. Farta de algemas alheias, argh! ;-)
Beijos Norte-Sul de volta, algarvia linda!
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