Geometria de vida
E eu a dar-lhe com os círculos que se completam.
Sempre achei que tudo na vida, mas mesmo tudo, está entretecido por algum xadrez semi-onírico do qual, a espaços, nos vamos apercebendo. Tem sido a estória da minha vida, os círculos que se fecham.
Os círculos que me permanecem abertos, ascendem numa espiral de matéria gasosa, da cor da névoa que nas manhãs de Verão se escapa dos ramos das árvores, numa espiral que se enrola sobre si mesma e sobe, sobe, sobe até lhe perder o destino, já bem perto do tecto dessa sala redonda, onde as portas, ao invés abrirem, se fecham com uma graça toda ela feita de boa-fortuna. Mas a massa de que sou feita sabe que as duas pontas dessa espiral se encontrarão, num qualquer instante, como dois amantes que fingem destinos cruzados por entre as ruas de Madrid.
E, no entanto, apesar de todos estes significados que vejo nos encontros e desencontros desta montanha-russa de vida, continuo a ter um pontinho cá dentro - algures entre o umbigo e a alma - que continua a saber que, como já aqui disse "the beauty of pointlesness is, surprinsingly, the most brilliant of all. Life has it's own sarcasms..."
Confuso? Não... Crystal clear. Epifânicamente nirvânico... ;-)
Sempre achei que tudo na vida, mas mesmo tudo, está entretecido por algum xadrez semi-onírico do qual, a espaços, nos vamos apercebendo. Tem sido a estória da minha vida, os círculos que se fecham.
Os círculos que me permanecem abertos, ascendem numa espiral de matéria gasosa, da cor da névoa que nas manhãs de Verão se escapa dos ramos das árvores, numa espiral que se enrola sobre si mesma e sobe, sobe, sobe até lhe perder o destino, já bem perto do tecto dessa sala redonda, onde as portas, ao invés abrirem, se fecham com uma graça toda ela feita de boa-fortuna. Mas a massa de que sou feita sabe que as duas pontas dessa espiral se encontrarão, num qualquer instante, como dois amantes que fingem destinos cruzados por entre as ruas de Madrid.
E, no entanto, apesar de todos estes significados que vejo nos encontros e desencontros desta montanha-russa de vida, continuo a ter um pontinho cá dentro - algures entre o umbigo e a alma - que continua a saber que, como já aqui disse "the beauty of pointlesness is, surprinsingly, the most brilliant of all. Life has it's own sarcasms..."
Confuso? Não... Crystal clear. Epifânicamente nirvânico... ;-)
11 Somethin' Else:
Eu diria que é uma destilação de fé sã. Embora fosse tema para longa discussão, como sabes ;)
Beijos
Fé ateia, pois claro... :-) Tema de discussões longas e epístolas elaboradas, eheh ;-)
Beijos!
Espirais e mais espirais... Não me digas que te tornaste a versão feminina do Donnie Darko... Já agora podias dizer-me o que o futuro me aguarda?
"Epifânicamente nirvânico" é lindo...
Outro beijo.
Ciclos. I entirely agree.
Just in time
:)
Até me babo de contentamento em ler as tuas palavras.
- porque me identifico assazmente
- porque já tinha saudades de ler a única blogueira/bloguense/blogwhatever
que traduz certas coisas que por vezes ou não tenho vontade ou não tenho pachorra...
A vida tem uma Geometria muito particular. Cónica...
Beijos
Nuno,
É uma forma geométrica que me agrada muito. Toda a gente - que se dá ao trabalho de olhar para o próprio umbiguito introspectivo - vê a sua própria vida de uma forma muito particular. Eu vejo espirais.
Espero nunca ter tanto azar na vida como o Darko, embora por vezes me sinta protagonista de alguns filmes, isso sem dúvida.
Bruxa, meu caro, ainda não sou. Nem medium, nem psíquica, nem nada que se pareça. É na porta ao lado...
É, não é? Muito literariamente parolo, bem ao estilo da quadra, eheh.
Beijos.
Cupid,
Além de bonita, é uma ideia que nos sossega as dúvidas. :-) Mas na qual acredito verdadeiramente.
A,
Baba cá no Blue Notes, é que não, ó A! ;-)
Curiosa esta nossa sincronia Norte-Sul, não é? :-) Tão diferentes e, em alguns fundinhos, tão parecidas. :-)
Beijos!
Pois então eu sou vejo círculos! ;)
Beijo.
Que bom ver-te regressar!
Já agora, eu recnheço a frase em itálico... De onde?
Nuno,
Antes círculos que paralelipípedos... :-) Os círculos completam-se. Trazem a tal closure. Podem ser uma boa coisa, se não ficarmos com a sensação de que andamos a tentar apenas morder a nossa própria cauda... ;-)
Beijo.
Navel,
Obrigada! :-)
Reconheces daqui mesmo, do Blue Notes. A propósito de um sofisma temporário e na sequência da troca de ideias que tinhamos tido, uns tempos antes, acerca de um texto de um amigo teu que tiveste a bondade de partilhar comigo. É daí. :-)
É isso!
Quando voltamos a comemorar aniversários com o Porto por companhia - na janela e no copo?
Beijos com saudades verdadeiras
Sabes bem que, assim que regresses ao Burgo, não te livras da minha companhia, embalada com Porto, Super Bock e muita dúvida existencial on the rocks... ;-)
Beijos!
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