06 dezembro 2006

Descubra as diferenças


Ah!


Não!

Calma, pensem.

Ah!!!

Hmmm...

Pois são. Iguaizinhos

7 Somethin' Else:

Blogger SK escreveu...

Li o Saramago, O King está na calha para esta época festiva. Coincidência ou recorrência do admirável mundo novo? :)

Beijos

dezembro 06, 2006 9:10 da manhã  
Blogger Lisa escreveu...

Escrevem que se fartam, não sabem parar ou cortar ou depurar e falham uma beca na revisão do texto? Bingo.

(achei o ensaio sobre a cegueira uma pessegada, li-o ao me tentar reconciliar com o Joselito e com esperança de reencontrar o escritor do memorial e do levantado do chão, e népia. tenho pena, a sério que tenho)

dezembro 06, 2006 1:00 da tarde  
Anonymous Anónimo escreveu...

não li o do king também e não me parece que vá ler até porque os contactos que tive com o autor não me deixaram muita curiosidade. o livro do saramago é muito bom, assim como todos os que escreveu desde "todos os nomes", excepção feita a esse resto chamado "ensaio sobre a lucidez" que deve ter apanhado com tudo o que de mau o saramago não pretendeu para os outros. mas o ensaio sobre a cegueira é um livro fabuloso, com vários níveis de leitura para quem o souber ler. o levantado do chão não se compara ao memorial nem a muita da sua produção recente. é mais um mito criado pelo vácuo de referências à toa que infelizmente habita a nossa literatura

dezembro 06, 2006 2:25 da tarde  
Blogger M. escreveu...

Stephen,

A mim parece-me recorrência do síndrome que, desde o Huxley, assombra os escritores numa fase segura e avançada da carreira. A necessidade de atirar à cara dos leitores as consequências do desenfreamento em que vivemos. Parece-me. :-)

Beijos.


Lisa,

LOL! LOL! Por acaso estava só a comparar o fio condutor das duas estórias e a minha interpretação dos objectivos de ambos com estes dois livros, mas fizeste-me rir... :-)

Do "Ensaio Sobre a Cegueira" gostei. Todos os que se seguiram (tirando agora as "Memórias", que não li - eu, auto-biografias, é só de gente que me mereça admiração pelas vidas vividas) me desiludiram e me pareceram mais do mesmo. Os primeiros seduziram-me bastante, foram lidos em fases da vida mais analíticas que a presente, também.


Filipe,

Do Stephen já li melhores. Tem dois ou três (dos quatro ou cinco que já li) que me surpreenderam pela qualidade/fluidez de escrita que se esconde por entre argumentos narrativos - concedo - facilitistas e repetitivos.

Mas chego a um ponto em que todos os "grandes" escritores me soam repetidos. O meu adorado, amado e quase reverenciado García Márquez é disso exemplo. Continuo a devorar, com a plena consciência de que revejo o ambiente da Macondo original e releio as primeiras frases em redondilha.

Confesso que do "Ensaio Sobre a Cegueira" gostei, mas que todos os seguintes me pareceram episódios seguidistas de uma série televisiva que remova personagens e peripécias com um fito único. Colei-me ao discurso do autor, de oratória cada vez mais extremista e passei a ver em todos os Ensaios e afins pregações sociais poucos originais.

Mas isso sou eu. :-)

dezembro 06, 2006 3:14 da tarde  
Blogger Lisa escreveu...

Gostei do “Levantado do Chão” porque era uma história com gente dentro, escrito com sentido e sentimento. Gostei do “Memorial” quase pelas mesmas razões, além de estar muitíssimo bem imaginado e bem escrito.

Comecei a enjoar Saramago com a Jangada de Pedra, pois aquilo que era uma boa ideia perdeu-se em divagações e falta de direcção da narrativa. O autor já não sabia o que fazer à história desde p’raí meio do livro. E começou aqui uma longa história de instrumentalização das personagens, que deixaram de ter densidade e ser trabalhadas (ter gente dentro) para serem meros veículos de uma ideia, ou um grandioso tema da elaborada autoria do José.

O Evangelho Segundo Jesus Cristo, achei-o mal escrito, mal investigado e, pior, não tem nada de novo. Nem uma ideia, nem uma abordagem, nada. Teve uma projecção imerecida, graças à escandaleira que o tema levantou.

O Ensaio, achei-o uma estopada: personagens como veículo de um grande tema, desenvolvimento da temática de forma atabalhoada, sem nexo e sem linha condutora. Grandes falhas a nível de revisão do texto, por forma a que o livro ganhe uma unidade narrativa, uma lógica condutora coerente e coesa.

Mas isto é a minha opinião. E não chamo brutos ou analfabetos a quem com ela não concorda. Gosto do que gosto, não faço favores a livreiros, editores ou autores. Não encarreiro pelo que é “bem” ou de “bom tom”. Se não gosto, digo-o. Com abertura e franqueza, e justifico a minha tomada de posição. Sei fazê-lo e já o fiz com obras de muito mais alto coturno que o Ensaio. Não tenho medo de tomar posições mesmo contra o que correntemente se considera bom, óptimo ou genial. Ou mau, péssimo, sofrível.

Mas isto sou eu, que se calhar não sei ler.
Vou ali comprar a cartilha maternal a ver se ainda me emendo…
E peço desculpa por qualquer coisinha.

dezembro 06, 2006 3:29 da tarde  
Blogger SK escreveu...

Bem, do King existem pelo menos sete obras que se destacam das demais, talvez pelo facto de abordarem temáticas de uma perspectiva muito própria e com uma voz interna. "Diferent Seasons" ( de longe o melhor dele para mim, especialmente a 1ª e 3ª novela), "Misery", "Gerald's Game", "Shinning" (até o Kubrick foi seduzido pela história), "The Girl Who Loved Tom Gordon" (uma pequena maravilha), "The Green Mile" e "Hearts in Atlantis" são livros que falam numa voz muito própria, emocionada, inclemente e honesta. Os argumentos são situacionais (sem plot), e são os acontecimentos, as histórias internas das personagens que tornam estes livros algo de aparentemente simples, mas complicado de escrever e conseguir. E muito, muito bom.
Quanto às falhas de revisao de texto, confesso que li todos os livros na lingua original e não encontrei nada, salvo alguma gralha ocasional, que não fosse deliberado. A prosa dele não é acrisolada ou depurada, mas é propositado. Na autobiografia, talvez o meu livro preferido dele a par com o Different Seasons, ele refere isso claramente.
Sim, tem obras menos boas, e uma ou outra escusada, é um facto.
Mas no geral, é um tipo que sabe escrever.
Quanto a Saramago, li dois livros dele. Ensaio sobre a cegueira, que gostei, e o Evangelho, que também gostei. Não vou ao ponto de os achar livros fundamentais na minha vida, mas acho que o homem definitivamente sabe escrever. Mas tenho pouca experiência na obra.
Além disso não sou exemplo para ninguém.
O pouco que li de Lobo Antunes pareceu-me uma estopada dos quatro costados, mas o homem realmente escreve de cacete! Dá-me uma seca desmarcada, mas escreve muitissimo bem, embora pense que muitos também o lerão porque "parece bem". No meu caso, não leio porque não gosto do que li, mas ainda não desisti. Qualquer dia enfrento-o. :)
No fundo, a ideia do Huxley é inevitável, e penso que cenários apocalipticos passam no goto de todos a certa altura.
Olhem o que se passa com a P.D.James, e o seu "The Son of Men". Entre outros, julgo eu.

Abraços a todos

dezembro 06, 2006 5:03 da tarde  
Blogger M. escreveu...

Lisa e SK,

Por não me serem dirigidos especificamente os comentários, não lhes responderei. Em relação à obra dos dois autores, já expliquei o que penso e sinto.

Só queria salientar que me parece que estamos a confundir dois campos diferentes. Uma coisa é a nossa análise pessoal das obras - completas ou não - de algum autor, baseada nas nossas experiências de vida, nas nossas vivências como leitores e, obviamente, nas características intrínsecas da nossa personalidade; outra coisa são a análise e a crítica literária científicas (?).

A crítica, dou de barato, fica com quem a faz e estamos aí para a ler e para a aceitar ou repudiar. A análise literária é outra coisa. E podem ter a certeza que quem realmente percebe de literatura - desde ângulo - raramente assina colunas em periódicos ou faz escolhas de livros em assentos públicos.

But that's just me.

dezembro 11, 2006 3:49 da tarde  

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