Tuguices
Portugal enerva-me. :-)
Gosto muito de sair à noite. Gosto dos jantares, dos copos, das boas conversas em bares, de encontrar gente conhecida pelo caminho, de dançar e de travar novos conhecimentos. De tudo o que normalmente se associa à "noite", até do que é mais estranho para os tuguinhas. Mas sair à noite cá na Nação é um problema.
Antes de mais, parece que depois das três da matina toda a gente com idade para ter interesse recolhe a uma caverna obscura qualquer, inacessível sem mapa desenhado a tinta simpática nas costas de um qualquer talão de desconto da Galp. Mesmo nos sítios onde sempre me habituei a ver pessoas (para quem costuma noctivagar por estas bandas - Indústria, Via Rápida, Estado Novo, Swing, Twins-pré-strip-club e afins), não se encontram mais do que miúdos com penteados à Moranguitos e boxers à vista. Acreditem ou não, até no Bela Cruz dos nossos dias já se vê gente feia.
Se passarmos para os ditos clubs da moda (Chic, Vogue, e demais) a coisa agrava-se. Casas estupidamente cheias - a Vogue de hoje não tinha, sequer, oxigénio suficiente para metade dos presentes -, repletas de miudagem e de seres humanos pouco atraentes. Há as opções de sempre. Maus Hábitos, Passos Manuel, Café Lusitano, Labiryntho, Triplex, Trinta e Um. Mas para quem quer acabar a noite ao som de boa dance music a coisa não fica fácil. Ou se faz o circuito dos DJs ou esqueçam lá isso.
Depois há a questão do provincianismo tuga. Ou do puritanismo português. Ou da falta de hábito social. Ou da tradição judaico-cristã arreigada. Chamem-lhe o que quiserem. Por cá não se dá trela, ponto. Falar com estranhos é sinal de putice eminente. Passa-se a noite em círculo com quem já se conhece e tenta-se sempre encontrar um hipotético par para a noite lá para as bandas do primo do colega de trabalho da concunhada da melhor amiga. Não tenho feitio. Nem paciência, nem idade, nem experiência, para me conformar com costumes sociais que deixaram de fazer sentido. Passa um loiro de olho azul e estrutura facial bem montada e eu olho, nos olhos. Se me devolvem o olhar e, na volta do bar, o dito me diz "Hi!", eu respondo "Hi! Enjoying yourself?". Dê lá o que der, a noite fica sempre melhor por causa disso. E, decididamente - original company not excluded -, o melhor da noite de hoje foi o Thomas from Denmark. E a sangria do Parke, claro! ;-)
Já disse, Portugal enerva-me.
Gosto muito de sair à noite. Gosto dos jantares, dos copos, das boas conversas em bares, de encontrar gente conhecida pelo caminho, de dançar e de travar novos conhecimentos. De tudo o que normalmente se associa à "noite", até do que é mais estranho para os tuguinhas. Mas sair à noite cá na Nação é um problema.
Antes de mais, parece que depois das três da matina toda a gente com idade para ter interesse recolhe a uma caverna obscura qualquer, inacessível sem mapa desenhado a tinta simpática nas costas de um qualquer talão de desconto da Galp. Mesmo nos sítios onde sempre me habituei a ver pessoas (para quem costuma noctivagar por estas bandas - Indústria, Via Rápida, Estado Novo, Swing, Twins-pré-strip-club e afins), não se encontram mais do que miúdos com penteados à Moranguitos e boxers à vista. Acreditem ou não, até no Bela Cruz dos nossos dias já se vê gente feia.
Se passarmos para os ditos clubs da moda (Chic, Vogue, e demais) a coisa agrava-se. Casas estupidamente cheias - a Vogue de hoje não tinha, sequer, oxigénio suficiente para metade dos presentes -, repletas de miudagem e de seres humanos pouco atraentes. Há as opções de sempre. Maus Hábitos, Passos Manuel, Café Lusitano, Labiryntho, Triplex, Trinta e Um. Mas para quem quer acabar a noite ao som de boa dance music a coisa não fica fácil. Ou se faz o circuito dos DJs ou esqueçam lá isso.
Depois há a questão do provincianismo tuga. Ou do puritanismo português. Ou da falta de hábito social. Ou da tradição judaico-cristã arreigada. Chamem-lhe o que quiserem. Por cá não se dá trela, ponto. Falar com estranhos é sinal de putice eminente. Passa-se a noite em círculo com quem já se conhece e tenta-se sempre encontrar um hipotético par para a noite lá para as bandas do primo do colega de trabalho da concunhada da melhor amiga. Não tenho feitio. Nem paciência, nem idade, nem experiência, para me conformar com costumes sociais que deixaram de fazer sentido. Passa um loiro de olho azul e estrutura facial bem montada e eu olho, nos olhos. Se me devolvem o olhar e, na volta do bar, o dito me diz "Hi!", eu respondo "Hi! Enjoying yourself?". Dê lá o que der, a noite fica sempre melhor por causa disso. E, decididamente - original company not excluded -, o melhor da noite de hoje foi o Thomas from Denmark. E a sangria do Parke, claro! ;-)
Já disse, Portugal enerva-me.
13 Somethin' Else:
Como me revejo aqui, pelo menos na parte da conversa e de passar um bocado à volta de uma mesa, é que hoje em dia quando saio à noite me fico mais pelos bares e menos pelas discos. Mas tenho que confessar que já me custa ser noctívago ;)
Eu sempre que vou dançar, quando de lá saio, digo à mesa do pequeno-almoço "Nunca mais!"... Mas passadas umas semanas dá-me vontade de disfrutar de boa música, ver gente bonita, curtir um bom ambiente, dançar e beber bom álcool, e volto a tentar. Não aprendo. Sair à noite é, de longe, melhor noutros países. Hunf... :-)
O Coroneu revê-se completamente! É por isso também que gosta do conceito do Bairro Alto, onde encontrar um estranho para conversar continua a não ser fácil mas não é tão dificil :)
Verdade, o BA ainda é dos sítios mais confortáveis da capital. Que saudades das férias que passava em Lisboa quando era miúda e que não dispensavam a bela da saída para o Bairro, todos os dias, para sentar nos passeios, para beber, jogar, conversar, namorar, conhecer... :-)
Tenho que voltar a esse BA! :-)
Como contestar o evidente. :)
Excelente, as usual.
Ora aí está um comentário muito característico teu, lol.
Nos últimos meses ainda não houve uma única vez que tivesse gostado de ir a uma discoteca... mas insisto, insisto...
Bem vindo, caro Pelicano. (Se bem que a quantidade de SLBs lá para as bandas do teu site não augure nada de bom... ;-) )
Pois, eu também sido insistindo. É que sair à noite pode ser muito bom. Há-de haver uma noite de sorte, certo? ;-)
Aqui por Lisboa o panorama não é muito melhor. Sinceramente há que séculos que não ponho os pés numa disco, prefiro os bares onde se pode conversar mais calmamente.
Mas o problema é sempre o mesmo. Imagina a tragédia e o drama que é uma mulher sair sozinha à noite: onde quer que entre é logo olhada como a presumível putéfia, seja por elas, seja por eles. Quanto mais dar conversa seja a quem for! Ui, ui. E verdade seja dita que a maior parte dos homens, quando se decide a dar conversa, é com o propósito mal disfarçado de engate por uma noite, tão patente nas frases chave de primeiro contacto.
Uma miséria chata. E quando as nossas amigas estão casadas, com filhos e "encaseiradas", para nós, as solteirinhas, este estigma acaba por resultar numa reclusão muito aborrecida. Bof.
Gosto muito de sair à noite e divirto-me sempre. Em Portugal.
Como à partida não frequento discotecas, mas bons bares e bons sítios... em Lisboa gosto do BA e do Lux. Porto não conheço, mas há sempre um bom programa cultural.
Coimbra já foi melhor.
E o Algarve das minhas esplandas, bons amigos e boas conversas...
Se lá fora é tão bom, porque raio é que eles vêm todos cá parar?...
Gosto da noite portuguesa. Muito.
Desculpem lá...
Beijinhos, M.
Tens nada que pedir desculpa. Ainda bem que gostas. :-)
Eu tenho um preconceito monstro contra a tacanhez social dos portugueses (e eu sou portuguesa) e recuso-me a entrar na onda do "dizer bem porque é o meu país". Ó pá, desculpem, mas eu digo bem quando achar bem e digo mal quando me parece mal.
A actividade cultural em Portugal é razoável (se bem que ainda, a certos níveis, cara). O circuito dos bares, cafés e esplanadas muito bom - mas muito bom porque cá temos amigos e círculos sociais.
O que me ensandece é que a cultura do clubing não seja potenciada cá. Porque é algo que me agrada, que conheci noutros lados e que agora me faz falta.
E repara, em grande escala, os estrangeiros passam por cá. Não ficam. Não será pela noite, mas enfim, lol!
Ai ficam ficam!!!
Vem cá à Serra Algarvia que vais ver a porrada de holandeses, alemães e ingleses que encontras...
E muitos casais jovens com filhos!
Ah pois é!!!
:)
Beijinhos
Lisa,
Como te entendo. A única coisa que me torna a mentalidadezita mais suportável é a conjugação de uma quase total ausência de preconceitos sociais e de uma lista interminável de amigos que trabalho para manter nos mais diversos bairros deste jardim. Mas lá que tem dias que é um inferno, lá isso tem. :-S
A,
Ainda no outro dia conheci um casal holandês que decidiu vir viver para Portugal. Mão à palmatória, já! ;-)
Jinhos!
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