A malta do gerúndio
A coerência é uma escolha difícil. Obriga-nos, antes de tudo o resto, a ter consciência própria, o que é algo mais raro que âmbar-cinzento nos dias que correm. Depois, força-nos a trabalhar, a optar, a assumir. Dizer "faço isto" ou "não faço aquilo" ordena que tomemos decisões que implicam abandonar gostos, negar prazeres, subir escadas quando o elevador está perfeitamente funcional.
É por isso que prolifera por aí a malta do gerúndio. A malta que não fode, vai fodendo; que não anda, vai andando; que não sabe, vai sabendo. É a gente que se vai safando pelo Mundo, desenrascando uma vidinha cómoda, suave e modorrenta.
Mas, a mim, a minha vida dá trabalho. Custa-me, todos os dias, opções dolorosas. Porque em nome dessa dita decisão coerente vejo-me forçada a abdicar de experiências, de objectos e de pessoas que me fariam muito satisfeita. A consciente escolha pelas minhas posições e assunções faz-me, no entanto, muito feliz.
E é por ter firmemente optado pelo esforço da coerência que não tenho - nem tenho que ter - paciência ou tolerância pelas incongruências alheias que se plantem na linha da minha vida. Cada um - viva! o direito à licenciosidade individual, já lá dizia o Ministro - é livre de ir fodendo conforme lhe apeteça. Mas eu não sou obrigada a esperar que cada um decida sair de cima. :)
Simples.
É por isso que prolifera por aí a malta do gerúndio. A malta que não fode, vai fodendo; que não anda, vai andando; que não sabe, vai sabendo. É a gente que se vai safando pelo Mundo, desenrascando uma vidinha cómoda, suave e modorrenta.
Mas, a mim, a minha vida dá trabalho. Custa-me, todos os dias, opções dolorosas. Porque em nome dessa dita decisão coerente vejo-me forçada a abdicar de experiências, de objectos e de pessoas que me fariam muito satisfeita. A consciente escolha pelas minhas posições e assunções faz-me, no entanto, muito feliz.
E é por ter firmemente optado pelo esforço da coerência que não tenho - nem tenho que ter - paciência ou tolerância pelas incongruências alheias que se plantem na linha da minha vida. Cada um - viva! o direito à licenciosidade individual, já lá dizia o Ministro - é livre de ir fodendo conforme lhe apeteça. Mas eu não sou obrigada a esperar que cada um decida sair de cima. :)
Simples.
7 Somethin' Else:
Does that have anything to do with my email-doubt?...
Christ-all-mighty-who-are-in-catholic-heaven, NO!
This is about people who don't fulfill. And that's not your type, luv. :)
Well, I thank you for the compliment, beautiful ;)))
Me-and-my-stupid-lack-of-self-belief...
It's not a compliment, it's the truth. :) - Sounded kind'a like a cheap pick up line, but it's felt, hahaha ;)
Well, it would be a pretty good start to stop calling your lack-of-self-belief stupid :P Honestly, you're a very straight forward woman.
ora aí está um tema particularmente sensível para mim, o gerúndio, o andar no meio de, nunca foi opção que me passasse pela cabeça e tens razão um gajo não tem q estar pra aturar certas coisas, quem for esperto que se cuide, quem não for que se estampe no meio do caos e da mediocridade, ou seja, que se fo...
tenho dito e tenho q ir tenho a merda dum relatório pra fazer, bjs
É o mal deste país, não se faz, vai-se fazendo. Tudo transitório, tudo medidas para ir testando e ir vendo o que dão, tudo provisório.
O "logo se vê" é tão tuga, não é?
(já agora, vou andando que tenho um almoço marcado :D)
Filipe,
Não posso estar mais de acordo, como sabes. Aliás, acho que essa é uma das razões pelas quais a intensa empatia se mantém, passados que estão quase dez anos. :)
Nunca fui mulher de meios termos, meias fodas. Tenho um feitio do diabos, mas tento ser muito coerente com os meus princípios e justa com as pessoas com quem partilhe partes da minha vida.
E é precisamente por a mediania não nos entrar pela pele - a duras penas, por vezes - que à medida que fui crescendo deixei de tolerar a indecisão e a desconexão alheias.
É como dizes: quem não quer, que se foda. :)
Lisa,
Verdade... Parece que nunca ninguém está bem nem mal. Anda-se sempre mais-ou-menos. A meio gás, a meio pau. Argh! No meio profissional, então, dá comigo em doida! Juro-te!
A procrastinação é, sem sombra de dúvida, filha de pais lusitanos. :)
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