Datas
Sempre achei que só conseguimos de alguma forma verbalizar o que nos marca profundamente quando formos capazes de o digerir. De o compreender e incorporar na pessoa que somos. Diz o povo, que é néscio e sábio, que o tempo tudo cura. Talvez tenha o povo razão.
Ontem, dia 24 de Janeiro, o calendário marcou o 12º aniversário da morte do H. . Foi uma segunda-feira o dito dia de 1994. E foi um dia cheio de sol, curiosamente. Dizia-me alguém, numa das cartas desta semana - que, de tanto serem lidas, vão amarelecer bem mais rápido do que as que já encafuei no baú metálico das epistolas passadas - dizia-me alguém, repito, que só aprendemos a amar quando aprendemos a saborear a dor. E a dor de perder alguém é a mais atroz de todas. Seja ela ceifada pela dama da morte, pelo cavaleiro do esquecimento ou pelos carcereiros da desilusão. A perda é sempre má - as presenças não se omitem e as partidas deixam sempre grutas húmidas de ausências que nenhum petromax ilumina totalmente.
Enquanto me sentava, ao anoitecer de ontem, na beirinha da campa do meu morto amor de outros tempos pensava como tem sido bela a minha vida. Como as lágrimas que escorrem levam consigo as ausências para limpar os amores que permanecem. Como o coração se expande e continua a ser capaz. Como a raiva, a dor, a vingança desejada, o desespero e a angústia nunca alteram o core de quem sou. Pensava, entre as sombras de um cemitério, sentada na lápide de alguém que não tive tempo de conhecer, em como é preciso seguir acreditando. Procurando sempre melhor. Vivendo. Lá está... Desaforadamente!
Ontem, dia 24 de Janeiro, o calendário marcou o 12º aniversário da morte do H. . Foi uma segunda-feira o dito dia de 1994. E foi um dia cheio de sol, curiosamente. Dizia-me alguém, numa das cartas desta semana - que, de tanto serem lidas, vão amarelecer bem mais rápido do que as que já encafuei no baú metálico das epistolas passadas - dizia-me alguém, repito, que só aprendemos a amar quando aprendemos a saborear a dor. E a dor de perder alguém é a mais atroz de todas. Seja ela ceifada pela dama da morte, pelo cavaleiro do esquecimento ou pelos carcereiros da desilusão. A perda é sempre má - as presenças não se omitem e as partidas deixam sempre grutas húmidas de ausências que nenhum petromax ilumina totalmente.
Enquanto me sentava, ao anoitecer de ontem, na beirinha da campa do meu morto amor de outros tempos pensava como tem sido bela a minha vida. Como as lágrimas que escorrem levam consigo as ausências para limpar os amores que permanecem. Como o coração se expande e continua a ser capaz. Como a raiva, a dor, a vingança desejada, o desespero e a angústia nunca alteram o core de quem sou. Pensava, entre as sombras de um cemitério, sentada na lápide de alguém que não tive tempo de conhecer, em como é preciso seguir acreditando. Procurando sempre melhor. Vivendo. Lá está... Desaforadamente!
2 Somethin' Else:
Conseguiste tocar-me... Obrigado.
Quem agradece sou eu, Nuno. É maravilhoso pensar que o que tentamos tão duramente transmitir toca alguém...
E, já agora, benvindo! É sempre bom receber a visita de outro estrangeirado... ;)
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