23 janeiro 2006

Game. Set... Match!

Woody Allen em Londres. Can life get any better?? :)


Match Point é, para já, o filme do ano. E não por o ano ainda ir curto. Em primeiro lugar porque é, inquestionavelmente, o melhor filme do WA dos últimos... hmmm... 12, 13 anos?? A mudança europeia do mais mítico de todos os nova-iorquinos refrescou-lhe a cinematografia e fez reviver o esbatido poderio do realizador. Sente-se para lá da tela uma dedicação a Londres, uma compreensão da britânica fleuma, uma paixão por Westminster, chá e tradições sociais. O aperto orçamental compensou e acabou por forçar Allen a go the extra mile neste filme. Com resultados brilhantes; afinal é na miséria que prospera o fulgor da imaginação...

Depois, porque as actuações são intensas e, na maior parte dos casos, acompanham brilhantemente o guião. No corpo de Johansson transcendem-no e no de Emily Mortimer empalidecem-no. Mas, como em todos os filmes de WA, as personagens e as actrizes e os actores que as vestem são o menos influente dos factores. O humor comanda a orquestra com o cinismo encapuzado servindo-lhe de batuta.


Match Point começa por ser um conto em que cabe às personagens optar entre sorte e trabalho árduo. Mas a vida nunca é simples nos mundos de Allen e a moral (ou a ausência dela) acaba por ser o fio condutor da segunda metade do filme. Com um leve twist no final - fosse outro o realizador e o filme terminava com a queda da aliança - o filme provoca a mais diabólica das sensações, deixando os espectadores sorridentes com a absoluta ausência de moral e mais completa omissão da noção de justiça. Tudo porque há um momento em que a bola pode seguir em frente ou cair para cá da rede...

Em jeito de rodapé e confessando a minha parcialidade pelo estilo musical, não posso deixar de referir... a banda sonora é perfeita!


(Photo credits: BBC Films)

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