Decantação
Há homens que sabem que nos podem seduzir com o mero esboço de um gesto e no entanto não o fazem. Esses são aqueles que respeito. Os outros? Entradas na lista telefónica.
O jazz é feito de notas azuis, um semitom abaixo da música mortal. À mistura com ritmos sincopados, chamada-e-resposta, swings, poli-ritmos e improvisações... Melodias e silêncios que se articulam ao sabor do humor da noite, acompanhados pelas vocalizações dissonantes do scat singing. Se o jazz fosse a minha vida, eu seria o sax tenor que ora nas fileiras de uma big band perdida nas quintas-feiras do Cotton Club.
14 Somethin' Else:
Gostei, muito simples e muito parecido ao que sinto. A sedução seja ela de que tipo for não deve ser encarada como um troféu e sim com respeito, porque valemos alguma coisa, nós e os outros.
Muito bem!!!
E que belo título, lol
Lembra "desencantação" também ;-)))
Não o fazem??? Porque não?
Eu gosto de ser seduzida, cum caneco!
Tu não???
Beijos
Tens toda a razão, também são esses os que admiro. E o título, muito bem escolhido!
E não resisto também a deixar uma resposta ao comentário da a , que talvez não tenha ainda percebido a grandeza da dignidade livre e da liberdade digna do ser humano.
Não maria, eu sou uma burra incauta e na maioria das vezes uma estúpida do tamanho dum prédio de 40 andares.
Mas se a maria quiser, tenho um mail disponível para que me possa elucidar sobre esses e outros aspectos da vida dita livre grandiosa e digna.
Já agora, qual a diferença entre grandeza da dignidade livre e liberdade digna do ser humano?
Estas coisas dão-me vontade de rir, especialmente os ataques por parte de quem não conhece uns e outros. Tanta coisa só e apenas porque gosto de ser seduzida e o afirmo?
:)
Beijos, M. (where are you woman???)
Olá A!
Não quis de forma alguma ofendê-la, apenas me chocou um pouco a forma brejeira com que respondeu a um comentário que, na minha opinião, merecia outro tipo de resposta.
Mas vejo que a incomodei, portanto, as minhas desculpas.
'Caso em que a(s) leitura(s) - porque não una - se dá do outro lado da superfície e mercê da fantasmática de cada qual...
'De modo algum caso para fugir da liberdade digna de pensamentos, sensações e sentimentos...
:-)
Ena, o Coroneu ficou surpreso com este post. Muito boa onda, bom carácter e o que faz de um escrito um bom escrito que é verbalizar um sentimento de uma forma que até parece simples. A das entradas na lista telefónica também está muito bem! O Coroneu fartou-se de rir!
U're invited: http://camuflagens.blogspot.com/2006/08/etiqueta.html
:-)
Pessoas que não conheço não me incomodam pessoalmente, mas permitem que a sua existência/arrogância de discurso acorde o animal incauto e perigoso que vive dentro de mim.
Perigoso não numa perspectiva física, mas porque de facto, eu é que pareço incomodar pessoas como a Maria (se é que é esse realmente o seu nome) ao ponto de me chamar brejeira quando nem a si me dirigia, mas à dona do blog, que é grandinha e permite-me, digamos, certas brejeirices.
O Ponto fulcral da questão, M. (se é que estás viva), e já agora às marias que andam por aí, é que existe um sentimento de atracção mútua entre as partes. Ou seja, se num "gesto simples" te deixas seduzir, é porque queres ser seduzida. Não? Ninguém se deixa seduzir por um gesto simples a não ser que o não queira.
Logo, BRAVO a quem seduz e a quem se deixa seduzir.
Desculpem a minha "brejeirice", é que eu não gosto mesmo nada dos joguinhos do "quer e parece que não quer". Sou muito linear em certas matérias e a sedução, não passando ela própria dum conjunto de rituais que também nos define como pessoas sentimentais e sexuais que somos, é a nossa marca, mais uma que define o nosso carácter. A nossa presença perante os outros.
Eu respeito os homens que agem de acordo com as suas vontades, que são coerentes e que acima de tudo, sabem o que querem e quem querem.
;) Beijos, M.
excelente post, a fazer acreditar que há mulheres como tu, que de facto merecem todo o respeito
É engraçada a perspectiva e entendo-a na lógica de quem não aproveita algo do qual depois não pretende usufruir. Ou seja, e corrige-me se estiver errado, aqueles que podem seduzir e não o fazem porque não concretizariam o impulso, são aqueles que têm respeito pelo poder que manuseiam. E sim, esse são de respeitar. Agora se alguém pode seduzir e no sentido de consegur chegar até alguém de forma legítima e não o faz, falha-me qual a respeitabilidade adquirida de uma contenção que não tivesse razão de ser.
Quem seduz pelo simples travo a poder, fá-lo por brincadeira, e é obviamente necessário ter atenção com e quem se brinca.
Beijinhos :)
Nuno,
Obrigada. :-) E é precisamente disso que falo; a sedução - enquanto acto semi-consciente de artimanha de conquista emocional, física e afectiva - não deve ser uma arma que se manipula com fins ilícitos. É um poder que deve ser respeitado por quem o tem e usado na justa medida. :-)
APC,
Grazzie... :-) E lembra "desencantação", ó se lembra... ;-)
A,
Eu gosto de ser conquistada. Por quem tenha as armas necessárias. Mas odeio ser seduzida por gente que, depois de me seduzir, não fode nem sai de cima. :-) Só isso. O poder de sedução, per si, não é justificável. Deve ser algo que é usado como um meio para um fim concretizável e não como puro passatempo emocional.
É por isso que respeito os que me conquistam e me rio dos que me seduzem. E é por já ter conhecido tanto invertebrado moral por este mundito fora que aprendi a respeitar alguém que se senta perante mim, sabendo que tem em si todos os argumentos deste mundo e de outros para me seduzir com o simples roçagar de um olhar pelo meu ombro e que permanece sentado, olhando-me nos olhos e assumindo a contenção moral de evitar um flop futuro. Só. :-)
Aprendi a respeitar os homens que se regem pela moral dita teórica. E a ridicularizar aqueles que se defendem com as suas versões distorcidas de moralidades individuais. É sobre isso este post. Dedicado a quem merece o respeito e atirado a quem continua a tentar sem perceber que o perdeu... :-)
Maria,
Bem-vinda e obrigada. :-)
A,
Beijos! Estou aqui. Olha eu. ;-)
APC,
Para cada olhar, uma leitura distinta. Para cada leitura, um mundo interior próprio. Todos tão parecidos dentro na nossa própria solitária individualidade... :-) E, por vezes, com alguma crispação à mistura. :-)
Coroneu,
:-) Obrigada. :-) Mesmo.
APC,
Vou responder. Atrasada, mas em breve. :-)
A,
E a tua brejeirice será sempre muito bem vinda por estes lados, emparceirando com a minha própria brejeirice que tanto me esforço a cultivar... ;-)
(Estou viva, estou. Da Silva! :-P) De acordo com tudo o que disseste. Mas eu - como disse acima - distingo sedução de conquista; para mim, sedução no sentido em que é comummente usado implica um esgotamento em si próprio, o exercício de um poder que não é usado para conseguir o objecto do desejo, mas apenas para se provar a si mesmo. Da mesma forma, na minha linguagem, conquista é a expressão de uma atracção no sentido de obter quem se quer. E esses, sim, respeito. Aqueles que, a certo ponto, decidem que afinal já chega é que são as meras entradas na lista telefónica. É que já não há tempo, idade nem paciência para indecisos sentimentais, percebes? É como tu dizias no post do meu aniversário: sou alguém que entrega mas pede de retorno. :-) Adoro que me conquistem. Principalmente quando me deixam conquistar de volta... ;-)
Beijos!
FL,
Mua para ti. Por seres único e incomparável. E me fazeres sentir única e incomparável.
SK,
Na mouche, darling. Como sempre. É isso mesmo. O desprezo e o enfado caem sempre do lado das amemas morais e a admiração e o respeito do lado dos seres integrais, completos.
Enviar um comentário
<< Home