01 fevereiro 2006

"Pedaços"

O chão dos teus passos pequenos molhado de mim, disto que me cai e não me leva, que cai e continua a cair e cai sozinho, vazio, sem carregar isto que me faz molhar os teus dedos neste chão de não te ter. Penso nas tardes em que vínhamos da praia, penso na areia pregada- Vamos jogar ao jogo do esconde de uma maneira diferente: tens de encontrar cada grão de areia que tenho no meu corponunca ganhei esse jogo, nunca consegui perceber como é que havia sempre um grão a mais escondido na tua pele – mas ganhava sempre, ganhava suor, ganhava paixão, ganhava-te: era nos momentos de prazer que te sentia exorcizada de ti, esvaída dos pensamentos, nem que fosse só naqueles pequenos pedaços de segundos em que eras orgasmo e não razão.

Assumidamente importado do blog de Pedro Chagas Freitas. Em homenagem a "Mata-me" e em antecipação dos que se seguirão.

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