25 janeiro 2006

Edite Estrela ao domicílio

Uma das indiscutíveis vantagens da milagrosa multiplicação dos blogs é o aumento exponencial de gente que escreve. No caso presente e em discussão, em português. E com a escrita surgem as dúvidas. A língua (escrita, lida e falada) foi desde sempre, além de uma paixão, uma ferramenta básica de trabalho. Daí um dos interesses em aprimorá-la e em diminuir o número de erros cometidos.

Ora bem e assim sendo, aqui se inaugura a rubrica EE ao domicílio, disponível por auto-interrogação da autora e sob consulta. Para já, três hesitações. As duas primeiras minhas, a última por mera sistematização de um uso que não deve ser intuído, mas sim conhecido.

despiciente ou despiciendo
Está na moda. Toda a gente usa. Descubra as diferenças (Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências de Lisboa - ou, para futura referência, DLPC):

despiciendo - que não merece que se lhe dê importância, que é digno de desprezo ou indiferença; que se pode desdenhar; = desdenhável;

despiciente - que revela desdém, desprezo; que não dá importância ao valor; = desdenhoso.

Ora bem... Há aí em baixo um post que precisa de correcção...


encapuçado ou encapuzado
Ainda segundo o DLPC:
No sentido de "que se revestiu de carapuço ou carapuça": encapuçado = encapuzado = encapuchado.


impresso ou imprimido

O particípio passado duplo (disso se trata) pode ser regular - imprimido - ou irregular - impresso. Diz a regra que o regular, terminado em -ado ou -ido, se utiliza com os verbos auxiliares ter e haver. O particípio passado irregular, que é a forma que o senso comum considera sempre como a mais correcta, é usado com os auxiliares ser e estar. Ou seja:

- O livro foi impresso em papel de 80 gramas.

- Há vários livros imprimidos em papel de 80 gramas.


Porque escrever também é trabalho, não é só uma coisa gira de se fazer num Moleskine...

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