10 abril 2007

À antiga portuguesa

O IEFP é o responsável pela edição da Formar, uma revista trimestral direccionada - como o nome indica e muito bem - para todos os formadores certificados pelo dito Instituto. A mais recente edição da Formar, numa admirável coerência com a sua linha editorial dos - pelos menos - últimos 5 anos, aborda temas tão relevantes como:

"Impacto do QREN na formação das PME" ("A Formar deslocou-se à Associação Industrial Portuguesa, AIP, para entrevistar a Drª Norma Rodrigues, Directora de Desenvolvimento e Inovação Empresarial e responsável pelas áreas de formação e consultoria, que simpaticamente os acolheu para falarmos da experiência de formação da AIP e do novo Quadro de Referência Estratégico Nacional, QREN 2007-2013") - destaco o grau académico da dona Norma, comprovadamente mais habilitada que o nosso primeiro, e o advérbio de modo que salienta a amabilidade da dama em questão, numa abordagem um pouco mais lambe-botas do que a que eu gostaria de encontrar numa publicação subsidiada, em última análise, também pelos meus impostos. Confesso.

"A dimensão territorial no âmbito da intervenção do RVCC" - ???

"REFER - Formação a Alta Velocidade" e, meia revista mais à frente, "O primeiro comboio - Carris para o progresso" - um historial, desde 1856, extraordinariamente interessante. Confesso.

"A qualidade nos RVCC - dimensão europeia, condições de sucesso e factores críticos" - ???

Há um (sim, um!) artigo que reconheço como útil: "Ferramentas de Formação em Ambiente Internet - podcasting no contexto formativo", mas que, ainda assim, peca pela abordagem quase académica.

Formadora do século XXI me confesso: de uma revista intitulada "Formar", da responsabilidade do organismo estatal que define as políticas de formação profissional do país onde trabalho esperava case studies, instrumentos de apoio ao desenvolvimento de planos de formação, estudos sobre as necessidades sectoriais de formação profissional. etc. Por aí. Confesso a minha abstinência académica no que toca aos meandros do RVCC e demais punhetas institucionais. (Pardon my french.)

Combate ao desemprego? Contratem analistas de mercado, coordenadores editoriais e jornalistas especializados. Ao fim e ao cabo... sempre são o Instituto do EMPREGO e FORMAÇÃO Profissional... Ou é só escrever palestras?

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