18 janeiro 2006

Dan Brown 301

Acabei agorinha mesmo A Conspiração, o último block-seller do autor de Anjos e Demónios e de O Código Da Vinci. Hmm. E digo agorinha mesmo porque ainda escorro água do banho para a cadeira onde me sento, que literatura desta só mesmo em banho de imersão, filas de trânsito e almoços supersónicos em dias de trabalho. Não que Mr. Brown me desmereça qualquer elogio, aliás, qualquer escrevinhador que consiga vender mais do que os meus miseráveis 56 exemplares me conquista a maior admiração. ;)

No entanto, a fórmula repete-se. Assim tipo Saramago depois do Ensaio Sobre a Cegueira - são sempre a mesma estória e a mesmíssima moral. Muita teoria (lá está!...) da conspiração, mas pouco velada, que é para a maltosa não se perder nos meandros omissos dos labirintos religiosos, governamentais e pseudo-maçónicos da longa trama. Uma mulher e um homem, ambos sumidades nas suas áreas de estudo, que se aliam contra um obscuro maquinador (que apenas se adivinha nos antepenúltimos capítulos para se revelar no penúltimo) e que acabam fortemente enamorados apesar de todas as desilusões gravadas nos seus trinta-e-alguns-anos de passado. Tempo narrativo curto, muito curto: sempre 2 ou, no máximo, 3 dias; se possível, 1. Algum sangue, situações limite com volte-faces milagrosos, mas nunca explorados de forma óbvia, que não podemos perder leitores alérgicos à violência. Um caldinho prímero bem engendrado, mas obviado com a primeira sequela-que-não-é-sequela.

A linguagem é escorreita, de fácil leitura, e a narrativa articula-se coerentemente em torno de capítulos convenientemente curtos. As traduções para português são do mais razoável do mercado e a próprias edições são apelativas - o papel é saboroso e convenientemente leve. Dan Brown é assim como a salada do MacDonald's: saúde embalada em plástico para preguiçosos. :) Com todo o mérito, quem me dera a mim! ;)

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