Voo CO65Y
Três anos. Correram à velocidade de três dias e fizeram-se sentir com a intensidade de três vidas. No dia 10 de Fevereiro de 2003 começou o resto da minha vida. O tal primeiro dia que o outro me canta ao ouvido até hoje.
Hipotequei o meu companheiro, abandonei a minha casa, desertei dos meus pais, parti a minha cidade, suspendi os meus amigos. Lancei-me ao desaforo que sempre tinha carregado no peito e engoli o mundo de um só trago. Aprendi a viver da única forma que alguma vez serei capaz - desaforadamente. Corri, parei e apaixonei-me. Amei como nunca antes na vida. Senti o poder inebriante da felicidade diluído no sangue, acariciei a beleza do novo mundo com os sorrisos da plenitude, conquistei o teu corpo com a paixão da entrega absoluta de quem se sabe amada. Lutei, joguei armas no campo do destino, virei a corrente contra a nascente e fiz os deuses negros perceberem que contra a minha força de mulher nada podem!!
Mas onde os deuses se renderam ergueu-se o teu direito de escolher. Quebrei. Faltou-me debaixo dos pés o único chão que me sustinha e perdi-me no espaço para lá da minha tin can com um último som nos lábios: tell my husband I love him very much, he knows...
Pela segunda vez em tão poucas décadas salvaram-me a vida. Enfiaram-me debaixo do chuveiro e mostraram-me o mundo lá fora, um mundo que extraordinariamente não tinha afinal implodido ao sabor da carnificina da minha angústia. A vida continuou. Mas não como a conhecíamos. As marcas do ferro em brasa e da agulha recheada de tinta rasgaram a pele, tocaram a carne, levaram putrefação ao miolo dos ossos. Camas passaram, ilusões partiram, mãos correram, ideias entraram, palavras soaram. Algumas ficaram...
Agora, quando os olhos pousam sobre a linha do horizonte não vejo mais a vida que foi. Vejo a vida que sou. Louca, forte, única, voraz, dedicada, desenfreada, decidida.
Venham mais três!!
Partilhado com L. que viveu comigo todas as lágrimas destes três anos. Que me viu amar, rasgar as mãos, suturar o coração e continua aqui bem perto, sentindo como eu a saudade infinda da rainha do Sul... Obrigada - por tudo o que ainda não te agradeci. We'll always have 2003 in our memories and the ATL in our hearts!
Hipotequei o meu companheiro, abandonei a minha casa, desertei dos meus pais, parti a minha cidade, suspendi os meus amigos. Lancei-me ao desaforo que sempre tinha carregado no peito e engoli o mundo de um só trago. Aprendi a viver da única forma que alguma vez serei capaz - desaforadamente. Corri, parei e apaixonei-me. Amei como nunca antes na vida. Senti o poder inebriante da felicidade diluído no sangue, acariciei a beleza do novo mundo com os sorrisos da plenitude, conquistei o teu corpo com a paixão da entrega absoluta de quem se sabe amada. Lutei, joguei armas no campo do destino, virei a corrente contra a nascente e fiz os deuses negros perceberem que contra a minha força de mulher nada podem!!
Mas onde os deuses se renderam ergueu-se o teu direito de escolher. Quebrei. Faltou-me debaixo dos pés o único chão que me sustinha e perdi-me no espaço para lá da minha tin can com um último som nos lábios: tell my husband I love him very much, he knows...
Pela segunda vez em tão poucas décadas salvaram-me a vida. Enfiaram-me debaixo do chuveiro e mostraram-me o mundo lá fora, um mundo que extraordinariamente não tinha afinal implodido ao sabor da carnificina da minha angústia. A vida continuou. Mas não como a conhecíamos. As marcas do ferro em brasa e da agulha recheada de tinta rasgaram a pele, tocaram a carne, levaram putrefação ao miolo dos ossos. Camas passaram, ilusões partiram, mãos correram, ideias entraram, palavras soaram. Algumas ficaram...
Agora, quando os olhos pousam sobre a linha do horizonte não vejo mais a vida que foi. Vejo a vida que sou. Louca, forte, única, voraz, dedicada, desenfreada, decidida.
Venham mais três!!
Partilhado com L. que viveu comigo todas as lágrimas destes três anos. Que me viu amar, rasgar as mãos, suturar o coração e continua aqui bem perto, sentindo como eu a saudade infinda da rainha do Sul... Obrigada - por tudo o que ainda não te agradeci. We'll always have 2003 in our memories and the ATL in our hearts!
3 Somethin' Else:
Como e possivel que tenham passado tres anos??? Parece ontem o dia em que embarcamos neste voo e em que vimos, pela primeira vez, a ATL, que comemos no primeiro diner, que dormimos a primeira noite no chao do minusculo apartamento do Pedro... enfim... estas recordaçoes ficarao para sempre na nossa memoria e, nao ha nada mais vivo que isso do que a amizade que ficou entre nos. E duro quando gostariamos de voltar a viver o passado... mas isso so acontece quando este e extraordinario! 2003 wouldn't have been the same without you ;)!!! Thank you!!!
P.S.
E o meu computador que decidiu ser americano e agora nao me faz os acentos. Parece de proposito ;)
By that time, I was already in the City (not ATL) since January 7th...
2003 should be tattoed in my skin as it is in my soul.
We will never be the same. Nor do we want to.
Cheers to that.
xxx
L....
O churrasco tuga quando o P. por lá passou a caminho de Phoenix, a casa de três que passou a ser de cinco ;), as noites passadas a dormir em aeroportos em cima das malas, as viagens de sete horas para ir à praia apanhar um escaldão, os 35 graus de Washington para ver os trabalhos de fogo... Tanto, tanto, tanto que fez de 2003 um ano inesquecível. Que foi um privilégio partilhar contigo!!
Navel
I did tattoo my skin. Exactly because the life I've lived since 2003 is not the same. I now bear the mark of love, life and pain also on the outside... :)
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