Admirável blog novo
E assim começa um novo projecto. O enésimo blog de uma lista - que já vai longa - de desistências. Páginas Abertas, Cartas Perdidas, Mundos Contactos, Arquivos Públicos, Vidas por Outras Terras, eu sei lá bem... Diários emocionais, um segundo livro construído em debate aberto, um repositório de textos profissionais, de tudo já escrevi em endereços blogspot.
O que reflecte, aliás, um pouco essa mescla de fenómenos geracionais e temporais. Está na moda escrever blogs e a gente da minha faixa etária acha sempre que tem muito para dizer. Além de que o que mais há por aí são escritores em potência que apenas esperam que um editor da Assírio os leia por acaso e lhes reconheça o mérito de um Pessoa (escritor e prémio num só) em potencia. Sociologicamente será assim.
Psicologicamente, acho que todos procuramos - mais ou menos conscientemente - ecos. Respostas. Reforços positivos. Desafios. Exposições veladas. Alter-egos. Provocações. Todos carregamos o desejo de criar no 'outro' uma construção imagética de um ego que tantas vezes nem queremos lá muito explorar. Lá dizia o outro que "quem quiser vir a si/vai ter que abrir o baú". O do Segismundo, está claro.
O blog será o divã do novo milénio. Todos queremos ser ouvidos. E a caixinha dos comentários é a fuga (para a frente como o herói, para trás como o cobarde) cibernética mais linda do século...
Perdoem-me o cinismo, mas admitam-me o mea culpa de também aqui andar, ainda para mais no primeiro dia do ano, como se de uma resolução de ano novo se tratasse... Talvez o seja. Sei que este é um vício que crio, agora, conscientemente e por uns tempos. Pelo tempo em que fizer sentido. Sei que, desta vez, não me farto.
O Blue Notes não nasce para ser famoso. Não nasce para ter sucesso. Não nasce para atingir recordes guinessescos de comentários. Não nasce para mostrar nada. Nasce simplesmente porque eu preciso de me ouvir. Puramente masturbatório. Porque eu preciso de desafios constantes e ninguém me mantém a constância do desafio por muito tempo. Cabe-me a mim procurar-me na próxima curva do caminho.
O Blue Notes nasce sob o signo do jazz. Da música pura que amo incondicionalmente. Nasce dos humores negros que me correm pelas veias e das notas dissonantes que saem da boca. Nasce ao som de Miles Davies, aliás.
A coberto de um relativo anonimato - quem me conhece, reconhecer-me-à por estas linhas -, por aqui passarão vivências. As minhas. O Blue Notes nunca será um redutor repositório de obras alheias nem um velado diário emocional destinado a enviar mensagens subliminares a uns quantos membros da minha esfera pessoal. Disso já há muito neste domínio e eu não tenho feitio para tretas. Será básico a espaços, terá dias em que será ausente, com intervalos fúteis e interlúdios sublimes. Uma obra miscigenada, capaz do melhor e do pior. À minha imagem.
Se cá vierem parar, sejam bem vindos se vierem como na música do Zeca. Sou uma fiel defensora do artigo 37º e da first amendment.
O que reflecte, aliás, um pouco essa mescla de fenómenos geracionais e temporais. Está na moda escrever blogs e a gente da minha faixa etária acha sempre que tem muito para dizer. Além de que o que mais há por aí são escritores em potência que apenas esperam que um editor da Assírio os leia por acaso e lhes reconheça o mérito de um Pessoa (escritor e prémio num só) em potencia. Sociologicamente será assim.
Psicologicamente, acho que todos procuramos - mais ou menos conscientemente - ecos. Respostas. Reforços positivos. Desafios. Exposições veladas. Alter-egos. Provocações. Todos carregamos o desejo de criar no 'outro' uma construção imagética de um ego que tantas vezes nem queremos lá muito explorar. Lá dizia o outro que "quem quiser vir a si/vai ter que abrir o baú". O do Segismundo, está claro.
O blog será o divã do novo milénio. Todos queremos ser ouvidos. E a caixinha dos comentários é a fuga (para a frente como o herói, para trás como o cobarde) cibernética mais linda do século...
Perdoem-me o cinismo, mas admitam-me o mea culpa de também aqui andar, ainda para mais no primeiro dia do ano, como se de uma resolução de ano novo se tratasse... Talvez o seja. Sei que este é um vício que crio, agora, conscientemente e por uns tempos. Pelo tempo em que fizer sentido. Sei que, desta vez, não me farto.
O Blue Notes não nasce para ser famoso. Não nasce para ter sucesso. Não nasce para atingir recordes guinessescos de comentários. Não nasce para mostrar nada. Nasce simplesmente porque eu preciso de me ouvir. Puramente masturbatório. Porque eu preciso de desafios constantes e ninguém me mantém a constância do desafio por muito tempo. Cabe-me a mim procurar-me na próxima curva do caminho.
O Blue Notes nasce sob o signo do jazz. Da música pura que amo incondicionalmente. Nasce dos humores negros que me correm pelas veias e das notas dissonantes que saem da boca. Nasce ao som de Miles Davies, aliás.
A coberto de um relativo anonimato - quem me conhece, reconhecer-me-à por estas linhas -, por aqui passarão vivências. As minhas. O Blue Notes nunca será um redutor repositório de obras alheias nem um velado diário emocional destinado a enviar mensagens subliminares a uns quantos membros da minha esfera pessoal. Disso já há muito neste domínio e eu não tenho feitio para tretas. Será básico a espaços, terá dias em que será ausente, com intervalos fúteis e interlúdios sublimes. Uma obra miscigenada, capaz do melhor e do pior. À minha imagem.
Se cá vierem parar, sejam bem vindos se vierem como na música do Zeca. Sou uma fiel defensora do artigo 37º e da first amendment.
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